A maioria de nós acaba reclamando a respeito dos equipamentos da academia que frequentamos uma hora ou outra. “Por que essa academia só tem 4 gaiolas de agachamento?!” e por aí vai. Caso você tenha alimentos o suficiente e um lugar confortável para treinar, fica mais fácil perder a perspectiva. Se você acha que ter a melhor academia com os melhores equipamentos é o necessário para alcançar todo o seu potencial, prepare-se para uma dose de inspiração de realidade que baterá no seu consciente como se você tivesse acabado de tomar 4 medidas de pré-treino. Após ler essa entrevista com Hulbila Samson, um fisioculturista de 24 anos morador de Gana, você começará a dar uma nova valorização ao treino pesado.

(Nota do Editor: Kulbila ficou um tempo longe da academia devido à MALÁRIA. O que ele tinha a dizer a respeito? “Assim é a África.”)
Nós: Qual sua idade?
Kulbila: Tenho 24 anos e vou fazer 25 no dia 19 de outubro.
Nós: Aonde você mora?
Kulbila: Sou de Gana, África Ocidental. Vivo na região leste de Gana, numa pequena cidade chamada Akropong Akuapim.
Nós: Qual tipo de treino você segue? E onde você consegue as informações sobre treinamento?
Kulbila: Na verdade, eu não tenho um plano de treino específico, apenas faço questão de treinar todas as partes do meu corpo durante a semana. Treino de segunda à sexta. Sábados e domingos são meus dias de descanso.
Nós: Você pode nos dar uma exemplo de um treino típico, incluindo exercícios e séries?
Kulbila:
Tríceps mergulho – 5 séries de 15, 15, 12, 10 e 8 repetições
Supino reto com barra livre – 5 séries de 20, 15, 10, 8 e 6 repetições
Supino inclinado com barra livre – 4 séries de 15, 12, 10 e 10 repetições
Supino declinado com barra livre – 4 séries de 15, 12, 10 e 10 repetições, aumentando o peso a cada estágio da série.
Nós: Qual sua altura e peso?
Kulbila: 1,72 cm de altura e pesando 87,5 kg agora. Perdi um pouco de peso por causa da doença, porque estava pesando 88 kg. Mas vou conseguir recuperar.
Nós: Quais são seus alimentos ganenses preferidos para o fisioculturismo?
Kulbila: Garri e feijão com banana frita, banku com peixe grelhado, inhame com guisado de nkontomire (guisado de raízes de cocoyam), sementes de melão witj, purê de inhame com sopa verde e cogumelo com caracóis e bagre.

Essa é a aparência do Garri. Essa é uma comida popular no oeste africano feita de tubérculos de cassava, um arbusto amiláceo que é uma fonte popular de carboidratos para os ganenses.

Kulbila na cozinha preparando algo como normalmente faz. Numa missão para conseguir carboidratos e calorias através dos meios necessários.
Nós: Fale mais sobre a academia improvisada que aparece nas fotos do seu Instagram.
Kulbila: A academia improvisada é de um amigo meu, que não mora muito longe de mim. Na verdade, eu treino em duas academias improvisadas, porque as duas têm equipamentos diferentes. Então, basicamente, fico revesando entre elas.
Nós: Elas têm nome?
Kulbila: Sim, nós nomeamos o lugar onde comecei a treinar de Academia do Ala. Esse é o nome do dono. A segunda é chamada de Academia do Conan, também por causa do nome do dono.
Nós: Você toma algum suplemento? Caso positivo, quais?
Kulbila: Sim, já tomei suplementos como óleo de peixe e multivitaminas antes, e também já experimentei creatina, mas não foi de forma contínua. Um amigo me deu para experimentar há bastante tempo. Em Gana, os suplementos são escassos e muito caros, então me baseio [minha nutrição] apenas nas dietas.
Nós: As meninas em Gana gostam dos seus músculos?
Kulbila: Na verdade, não. Elas ficam assustadas porque acham que homens musculosos são violentos (risos), o que não tem nada a ver.
Não esqueça de demonstrar seu carinho pelo nosso ninja no Instagram: Kulbila Agyarko Samuel